
Seguiu o almoço, como de costume.
Uma hora depois, tocaram a cigarra. Era o pessoal da Companhia de Energia. Desta vez, disseram que precisavam investigar o quadro de luz, porque observaram a presença de um lacre amarelo no relógio e isso caracterizava... suspeita de 'Gato'.
Mais uma vez repetiram toda a rotina, sentiram o cheiro da comida e reconfirmaram o parecer anterior que não havia 'Gato' nenhum, descarregando a energia da rua. Antes de deixar o local, colocaram novo lacre, agora, marrom.
Suíno temperado no fogo, molho à campanha saindo e, uma hora mais tarde, castigaram a cigarra de novo. Inacreditavelmente era o pessoal da Companhia de Energia. Disseram que precisavam checar a instalação, porque observaram um lacre marrom no relógio e... antes que terminassem o discurso, o proprietário da casa completou: "E isso caracteriza suspeita de Gato".
Procedimento cumprido... chamaram o dono da casa e - quase secretamente - perguntaram: "Será que o Sr. poderia colaborar com o leite das crianças"? (propina) O proprietário falou: "Por que eu deveria dar dinheiro a vocês? A ligação da casa está dentro da lei". Os funcionários entreolharam-se e disseram: "É... O Sr. tá certo. (Já no desespero fizeram a última tentativa) Então... será que a gente pode participar dessa 'garganta de porco' que tá na pressão desde cedo"?
Depois de todos almoçarem graças a generosidade do bom homem, ele disse: "Nunca vi rato procurar Gato e acabar aceitando porco para substituir leite de criança".
Haja 'garganta de porco' na pressão pra tanta malandragem!
José Neto
4 comentários:
Adorei isso!
Anonimo nada, sou Nilbb
a verdade é uma reflexão muito interessante, eu acho que você sempre tem que pensar sobre essas coisas, mas às vezes eu gosto de escrever mais eu leio, eu olho para a frente a relaxar enquanto eu perguntar alguma delivery higienopolis
Poxa, ótimo conto. Agora eu tb fiquei com vontade de comer a garganta. Aqui em Curitiba não tem...snift, snift.
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