SLUMDOG MILLIONAIRE

O filme ganhador de oito cobiçadas estatuetas do Oscar (melhor filme, diretor, roteiro, fotografia, mixagem, edição, trilha sonora original e canção original), “Quem quer ser um milionário” ou "O milionário cão da favela", mostra a ferida exposta e gangrenada da Índia, República Parlamentar composta por 28 Estados e 7 territórios, acolhendo a segunda maior população do planeta: 1,2 bilhão de habitantes. A produção britânica revelou uma significativa parte da tristeza e miséria que se fundiram à vida daqueles sobreviventes da indigência.
No páreo com produções onerosas, o longa-metragem surpreendeu com seu baixo custo (US$15 milhões), alto grau de informação e nenhuma estrela no elenco. As cenas são inacreditáveis! Nada de efeitos absurdos, carros voadores ou personagens de HQ. O roteiro traz a vida dos verdadeiros super-heróis, pessoas que vivem abaixo da linha de pobreza, trabalhando e alimentando-se como animais.
Apesar de a história ter sua relevância, o que mais impressiona são as condições de descaso à vida, contrariando tudo que já lemos ou aprendemos sobre essas questões, desde a Trimurti, passando por Mahatma Gandhi e a Declaração Universal dos Direitos Humanos.
Os atores mirins, moradores de uma das favelas locais, estão sendo tratados como representantes dessa catarse coletiva. A talentosa atriz Freida Pinto (foto) alivia a tensão dos espectadores com sua rara beleza, enquanto sua personagem (Latika) cria uma mistura de sensações, envolvendo amizade, amor e prostituição.
Trata-se de uma romanceada aula sobre o esgoto dos aplaudidos capitalistas globais que promovem “cães das favelas” (slumdogs) na Índia, facilmente encontrados também na África, na Colômbia, no Brasil e em tantos outros países.
Desliguem os celulares e aproveitem o filme!
José Neto

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