ANTOINE DE SAINT-EXUPÉRY [1900-1944]

Desde já aguardo o filme que está sendo produzido para contar a vida deste escritor, poeta, piloto, soldado e ilustrador francês.
Por causa dele, aprendi muito cedo que "o essencial é invisível aos olhos", com seu texto mais famoso, "O Pequeno Príncipe". Sua obra continua sustentando milhões de crianças ao redor do mundo, através da Fundação Saint-Exupéry.
Relembrei de minha ligação com o escritor, ao passar pelo bairro do Campeche, em Florianópolis. Local frequentado pelo piloto no período em que foi diretor de operações da Companhia Aérea Francesa Aéropostale [1927], coordenando linhas entre Paris, Rio de Janeiro e Buenos Aires, com escalas em Santa Catarina.
Durante sua vida, Exupéry se deparou com uma rara vidente. Esta mulher revelou que seu encontro com a morte aconteceria quando completasse 44 anos de idade. Acreditando nisso, seu texto original "Le Petit Prince" registra que o personagem apenas veria o sol se pôr, 44 vezes.
Pouco antes de embarcar para sua missão na África [1943], junto com o exército americano, em defesa da França, entregou para editores de Nova York, as escrituras de uma das obras mais lidas do mundo moderno. E sempre que possível, entre um voo e outro, ligava para saber novidades sobre o futuro livro.
Em 1944, a profecia se concretizou em plena Segunda Guerra Mundial. Seu avião foi abatido por um alemão, no mar Mediterrâneo. Seu corpo nunca foi oficialmente encontrado.
Dentre as cidades que visitava com frequência, estava Québec, no Canadá. Mesmo envolto em reuniões com grandes nomes da intelectualidade internacional, todos sabiam que se houvesse crianças no local, Exupéry largaria as formalidades para se juntar a elas, mostrando seus aviões de papel e desenhos de próprio punho.
No Brasil, entre os pescadores do Campeche, já era sabido que ao longo de suas caminhadas, sempre haveria uma parada ou outra... Bastava encontrar um pássaro em arapuca ou uma cutia presa em armadilha, para Exupéry interromper o trajeto, até libertar os bichos.
Apesar de eu não ter tido a sorte de encontrar uma vidente tão assertiva sobre meu caminhar, encontro alguns pontinhos de ligação com a vida desse autor.
Vivi este personagem no teatro, fiz longas caminhadas pelas mesmas trilhas catarinenses, ouço - através de meu irmão - sobre essas reuniões na província de Québec-CA e também fiquei encantado pelo bairro do Campeche, região onde pretendo envelhecer, caso consiga chegar até lá.
Obrigado, Antoine Jean Baptiste Marie Roger Foscolombe de Saint Exupéry.
José Neto

Um comentário:

Andréa Barros disse...

A peça foi um momento inesquecível para todos nós! Parabéns pelo que aprendeu...