A FAZENDINHA E SEUS CAPATAZES

Após a publicação do jornal "O Estado de São Paulo" e a apresentação nos telejornais, assistimos a mais um episódio que pulveriza qualquer tentativa de crença na suposta moral dos políticos. A neta do "coronel" José Sarney, sem qualquer pudor, ética ou consciência, expõe um pouquinho das vísceras da política brasileira quando - por telefone - consegue mais uma contratação familiar para seu atual namorado.
Estudar, pra quê? Concurso, pra quê? Especializações, pra quê? Moralização, pra quê? Basta ter vovô em Brasília para que mais outra eterna torneira de dinheiro público e benefícios particulares se abra na casa de mamãe, papai, titio, maninho, amigos e até na casa do atual namorado. Será que essa garota vai pedir a vaga Federal de volta depois que o namoro terminar?
Até o Presidente Lula - pai do "Lulinha Telemar" - já confessou, como "nunca antes na história desse país": "todos os senadores são ótimos pizzaiolos". Mas, infelizmente, o povo não tem instrução para fazer nada. Servimos para arrebentar as mãos plantando tomates para que jamais falte molho em todas as pizzas dessa fazendinha chamada: Brasil.
O escárnio é tão grande que até os verdadeiros pizzaiolos ficaram ofendidos por serem comparados aos senadores.
Hoje estou ainda mais envergonhado com a pequenez, mesquinhez, insignificância e nenhuma elevação moral dos políticos para conosco: os otários, assalariados, desempregados, esperançosos e estudiosos brasileiros.
José Neto

Um comentário:

Paulo Góes disse...

É como se fosse a História do Brasil sendo revista e ampliada segundo outros tons e outros personagens. Estamos diante da velha e surrada estrutura das Capitanias Hereditárias, com seus donatários fazendo as leis que melhor lhes aprouver. As fazendinhas viraram fazendões cujas cercas estendem-se até os protais da capital federal e os donatários tornaram-se coronéis, que por sua vez trajam terno e gravata e chamam-se parlamentares, custeados e mantidos pelo nosso dinheiro. Parabéns, Neto, pelo texto!!!