TRAFICANTE OU ILUSIONISTA?

Oitenta policiais fizeram mais uma incursão na Rocinha (comunidade do RJ). Todavia, curiosamente, não conseguiram capturar o atual chefe do tráfico local. Sem falar que a fila para ‘vaga’ de traficante de comunidade, só aumenta.
O primeiro pensamento complacente do brasileiro é sempre o mesmo: ‘Faltam homens na corporação, falta armamento, faltam condições de trabalho etc.’. Contudo, parece que – desta vez – não faltou nada. Nem o diretor Ridley Scott colocaria defeito nesse desfecho cinematográfico. Foi uma fuga digna de superprodução americana - a seco - sem efeitos especiais, contando apenas com a vasta ignorância do contribuinte.
Imaginem a situação e respondam. Se três helicópteros oficiais blindados, tripulados por atiradores de elite - equipados e armados - estivessem sobrevoando a sua casa durante o dia... Você iria conseguir fugir - correndo a pé? Pois é, eu também fiquei com vontade de rir.
Foi mais ou menos assim. O procurado corria desesperado... As tiras de sua sandália iam se soltando... Eram mais de 20 homens armados sobrevoando e apontando rifles de precisão... 80 homens com a mesma missão... Três 'caveirões' para derrubar barricadas e avançar. E ele ainda conseguiu fugir?
A desculpa foi que o traficante se aproveitou da topografia do local.
Será que algum helicóptero tem limitações em relação a acidentes geográficos? Pelo que eu saiba, essas aeronaves são as únicas recomendadas até para resgates em terrenos com inclinação negativa.
A partir de agora, acho que a imprensa deva parar de chamar esse homem, de traficante. Afinal de contas, ele se mostrou um ilusionista de enorme talento. Como dizem: o Brasil é um celeiro de grandes artistas e grandes histórias. Aplaudamos: clap... clap... clap...
José Neto

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